O GUIA DEFINITIVO DA PRÁTICA CLÍNICA

 



1- A terapia é baseada em uma formulação em contínuo desenvolvimento do paciente e de seus problemas:  

Isso é comum em outras abordagens, mas distinto na TCC. Na TCC, a conceituação diagnóstica é baseada nas seguintes estratégias: o que o terapeuta busca no diagnóstico, para além do rótulo. O que queremos é o diagnóstico contextual funcional, onde materializamos as queixas em ocorrências do fenômeno, em que contexto, quais crenças e que necessidades emocionais.

De dois a oito encontros é um tempo razoável de avaliação para ter material para construir um projeto terapêutico. A TCC tem duas etapas: a segunda não pode ser feita sem a primeira. Esta é “que históricos e experiências levaram a esse funcionamento?”. Só quando mapear as vulnerabilidades posso escolher as melhores intervenções, o que precisa formar, o que precisa mudar, superar, ressignificar. A terapia não pode ser uma sala de descompressão, onde o cliente só leva suas queixas, tem suas catarses, mas pouco ou nada muda.

Não ter precipitação, não precisa na segunda ou terceira sessão já dar sugestões.

2- A terapia requer uma aliança terapêutica de segurança e confiança: 

Todas as abordagens tem. É difícil hoje em dia ter terapeutas etéreos, distantes, enigmáticos, que não pode cruzar na rua e não pode cumprimentar. Os terapeutas devem ser ouvintes, gentis, afetuosos, confiantes, que olhem nos olhos, que psicoeducam, explicam muito bem, consistente numa linguagem acessível e intervenção coerente.

3- A terapia enfatiza a colaboração e participação ativa: 

É uma diretriz distintora da abordagem. Mudar é aprender comportamentos substitutivos ao que a história formou sem perceber. Tratamento psicológico é mudança cognitiva, emotiva e comportamental. Muda formando outras atitudes em substituição às antigas. Não há mudança sem trabalho duro. Mas é sofrimento a curto prazo ou para sempre sofrendo.

4- A terapia é orientada em metas e focalizada em problemas: 

A queixa tem que ser operacionalizada em atitudes. Entender como o sofrimento acontece. Temos variabilidade comportamental. A queixa pode não acontecer com certas pessoas e ambientes, e acontecer com outras pessoas e ambientes.

Problemas são de dois tipos: minhas atitudes e os impactos dela. Temos metas comportamentais. Saúde mental são repertórios de habilidades psicológicas que melhoram nossa vida. O que queremos alcançar com essas mudanças.

5- A terapia inicialmente enfatiza o presente: 

A TCC se importa com o passado. Mas para investigar o que tem que buscar na história da pessoa é preciso ver o funcionamento atual. Como a pessoa chegou a esses comportamentos. Algumas mudanças que já trazem bem estar já podem acontecer a curto prazo.

Por exemplo, quem sofre de pânico, primeiro vai aprender a manejar o pânico, depois mapeia os estressores para manejá-los. Volta ao passado para ativar e ressignificar lembranças necessárias. E também quando a pessoa pede para trabalhar algo do passado.

6- A terapia é educativa, visa ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a prevenção da recaída: 

Explicamos tudo, o cliente não fica sem saber porque propomos o que propomos. A ignorância é uma boa fonte de distorção cognitiva. Educamos o cliente em relação ao próprio problema.

7- A terapia visa tempo limitado:

Ao alcançar a meta estabelecida, tem alta. Não vamos ficar inferindo que além disso tem outras coisas ocultas e latentes. Entendemos que as pessoas formam suas atitudes, quando mudar essa relação, ele aprendeu novos comportamentos em substituição ao que a história ensinou e que não percebeu. Não significa definir um número limitado de sessões.

8- As sessões são estruturadas: 

Inicia de um jeito e termina de outro. Primeiro checa como o cliente passou a semana considerando seu sofrimento, verificação do humor. Revisar tarefa de casa. Então o que vai ser trabalhado de intervenção na terapia, escolhendo o que é prioridade, com duas ou três metas no encontro.

Faz fechamento da sessão, extraindo as lições para incorporar na semana. O cliente traz dificuldades e leva lições. Com novas tarefas para semana. Pede feedback ao cliente, se foi produtiva, faltou alguma coisa, se ajudou (pode fazer isso mensalmente).

9- A terapia ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder a seus pensamentos e crenças disfuncionais: 

Se uma terapêutica de qualquer abordagem é eficiente, é porque promoveu mudanças em pelo menos um destes aspectos.

10- A terapia cognitiva utiliza uma variedade de técnicas para mudar pensamento, humor e comportamento: usamos métodos do psicodrama, da Gestalt, da psicanálise etc.


José Marcelo Barreto de Oliveira - psicólogo

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