Mito e Perigo do Movimento Antivacina
Há 20 anos, um médico chamado
Andrew Wakefield da Inglaterra deu início a um movimento anti-vacina de modo que hoje estamos lidando com doenças
como o sarampo que estavam quase erradicadas. Em 1998 ele publicou no periódico
The Lancet dizendo que vacina poderia causar autismo, mas o paper era uma
fraude, os dados eram falsos, pois ele recebeu dinheiro de um escritório de
advocacia um ano antes de escrever este trabalho porque o escritório queria
processar os fabricantes da vacina trípice viral (que protege contra rubéola,
caxumba e sarampo), embasados no trabalho dele.
Além disso, foi criado o mito do retorno ao natural, as pessoas
acham que se você é saudável, não precisa de vacina. Elas nos protegem de
doenças infecciosas que até 100 anos atrás matavam 20% das crianças antes dos 5
anos, ou seja, 1 a cada 5 crianças morriam de doenças hoje facilmente evitadas
com vacinas (é como você colocar uma bala num revólver de tambor que cabe 5
tiros e fazer uma roleta russa).
A vacina é feita de agentes biológicos que vão gerar
anticorpos no seu organismo injetando o próprio vírus morto, inativado,
fraquinho ou um pedaço dele de modo que é capaz de gerar resposta imune, mas
sem a doença. Para colocar a vacina no mercado é de 8 a 12 anos. É primeiro feito em animais para depois testar
em humanos e nestes há quatro fases de testes para então aplicar na população,
e ainda assim há a fase de acompanhamento.
Existe a imunidade de rebanho, onde as pessoas que não podem ser vacinadas
por algum motivo (doença onde são imunocomprometidas, pouca idade) não serão
contaminadas pois as pessoas ao redor dela estão vacinadas e assim o vírus não
circula. Então é uma questão de saúde pública, não é uma escolha pessoal, pois
você pode colocar em risco outras pessoas.
Riscos de efeitos colaterais são mínimos, as pessoas tem medo que
as sequelas da vacina sejam mais graves que a doença. Qualquer medicamento tem
efeito colateral, mas os riscos são absurdamente pequenos, pois os testes são
muito rigorosos. As vacinas viraram vítimas do próprio sucesso, pois estamos
numa geração que não tiveram contato com a varíola (que foi erradicada do mundo),
com a poliomielite e o sarampo. Então vivem na ilusão que as doenças não são
tão graves assim.
Fonte: Natalia Pasternak.
Movimento anti-vacina é criminoso.
Antigamente era normal as
crianças morrerem, hoje em dia uma criança morrer é uma tragédia. Com as
vacinas, a mortalidade infantil diminuiu muito. As vacinas foram o maior avanço
da medicina no século XX. Na Europa desenvolvida, em 1900, a expectativa de vida era de 40 anos, mas
no fim do século XX dobrou pra 80 anos. A grande responsável foi a vacinação.
No Brasil não tinha mais sarampo,
então chegaram imigrantes no Brasil, haviam crianças não vacinadas aqui, e
começou a se disseminar de novo.
Dizer que é um risco injetar um vírus inativo no
organismo não faz sentido, basta olhar pro número de casos de doenças
diminuindo e até sendo erradicadas. A vacina é injetada em doses mínimas, por
isso pode ser aplicada em crianças também. O suficiente pra estimular o sistema
imunológico. A ação é diferente de um medicamento, por exemplo, um paracetamol
que são doses diferentes pra criança e pra adulto.
Gripe e resfriado são diferentes. Gripe pega vias aéreas inferiores
e é mais incapacitante. Às vezes a pessoa toma vacina da gripe e pega um
resfriado ou pega gripe de outra pessoa antes da vacina fazer efeito.
Impossível a vacina da gripe pra provar gripe pois não tem o vírus da gripe
ali.
O Brasil oferece vacina gratuita
pra todo mundo, coisa que não acontece em muitos países.
Então quem não tem conhecimento
em determinada área, não podemos dar opinião como se entendesse mais do que os
profissionais da área.
Fonte: Dráusio Varella
Verdade científica
A vacina surgiu na Inglaterra há
220 anos. Em 1796, o médico inglês Edward Jenner, cria a vacina contra a
varíola. A varíola, que atingiu a
humanidade por séculos, deixando pessoas coberta de bolhas, foi erradicada.
Mesmo assim, ainda há quem não acredite em vacinação. O plano nacional de saúde
tem cerca de 30 vacinas gratuitas. Mas 16,5% dos brasileiros hesitam em
imunizar os filhos (fonte: Faculdade São Leopoldo Mandic/2018).
Antigamente, o que estava na
Bíblia não era questionado, era por si só um discurso de autoridade que
refutava qualquer argumento. A partir da Revolução Científica do séc. XVI e
XVII, do Iluminismo do séc. XVIII e do Século da Ciência do séc. XIX passamos a
validar algo como verdadeiro a partir do consenso da comunidade científica, de
experiências empíricas (concretas) e de paradigmas científicos que não são
absolutos, que são mudados pra algo melhor. A ciência não é a verdade, mas
trabalha com o verificável, com a dúvida metódica, não é o estado definitivo,
mas é aquilo que serve pra eu dizer que neste momento tudo que sabemos conduz a
isso. Ciência não é crença, é o que,
no momento, temos de melhor para concluir alguma coisa. A ciência e a medicina
já voltou atrás várias vezes. Mas não podemos contrapor a ciência com a
intuição, com a crendice popular, com um texto sagrado, mas com argumento
científico com outros estudos.
Ciência e religião não são excludentes, nada impede tomar um
remédio e rezar ao mesmo tempo. Uma coisa não existe em detrimento da outra,
pois são de áreas diferentes. Pensar isso é dogmatismo e fanatismo de ambos os
lados.
A revolta da vacina não foi só contra a vacina, mas também contra o
governo, com instatisfação política, contra um governo autoritário que achava
também que as doenças vinham da pobreza. A vacinação era feita com certa
violência, invadindo casas, sem campanha nenhuma.
Fonte: Leandro Karnal
Perguntas frequentes sobre a vacina
A vacina ficou pronta rápido
demais. Mas a ciência está muita mais rápida. A vacina contra covid não saiu do
zero, ela já estava sendo estudada, que são vacinas do sars cov 2, de 2002, e
da mers, de 2015. Então o que fizeram foi adaptar para o covid 19. Nunca houve
uma contribuição tão grande para uma vacina, com investimento financeiro. Além
disso, a circulação do vírus permite maior testagem em grupos de pessoas, que
um vírus que ocorre sazonalmente. Rápido não quer dizer mal feito, ou seja,
todas as etapas foram cumpridas e publicadas para toda comunidade científica
verificar. Foram testados em mais de um milhão de pessoas, com efeitos
colaterais em alguns casos com alergias mas rapidamente tratados. Efeitos
colaterais que podem surgir anos depois podem acontecer com qualquer remédio,
são os efeitos que são lidos nas bulas dos remédios, derivados de relatos de
pessoas que tomaram os remédios e sentiram os efeitos.
Se fosse bom não seria
obrigatório. Mas as vacinas do calendário vacinal brasileiro já são
obrigatórias. Tomar vacina obrigatória seria condicionar aspectos da vida
civil, como recebimento de serviços ou acesso a serviços, como matricula em
escola, receber bolsa família, prestar concurso. Você pode não tomar, mas será
penalizado pelo dano que sua decisão causa à comunidade.
Porque não tem vacina contra a
Aids e a Gripe? Porque aparentemente o covid não sofre muita mutação, diferente
da aids e gripe que sofrem muita mutação.
Fonte: Gabriela Bailas
Doenças curadas com vacinas
Varíola, raiva, tétano, difteria,
tuberculose, febre amarela, influenza, poliomielite, sarampo, rubéola, caxumba,
hepatite b, coqueluche, varicela, doença pneumocócica, meningite c, rotavirus,
hpv (papilomavírus humano).
Então se você é pai ou mãe e não
vacina sua criança, você está sendo irresponsável. E se você não se vacina ou
vacina seus filhos, se algum deles morrer, ou seu pai, seu avô, você está sendo
co-responsável.
O ECA prevê vacinação de jovens
até 18 anos, quando há descumprimento pode resultar em cobrança de multa de 3 a
20 salários mínimos pro responsável.
Fonte: https://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/vivamaissus/vacinacaoinfantil_interna.html
Medicamentos sem eficácia contra covid
Há muitos médicos que apesar de
bem intencionados não entendem como funciona o método científico, o grupo
placebo, randomizado, com duplo cego etc. Cloroquina pode trazer riscos
cardíacos, principalmente quando associada a um antibiótico como azitromicina.
Além disso, o povo, achando que está protegido com a cloroquina, quebra os
protocolos de segurança sanitários. Os estudos em que se embasaram pro uso da
cloroquina foi de um trabalho francês extremamente criticado pela comunidade
científica, não seguiu as regras mínimas de um bom protocolo de testes
clínicos, inclusive com suspeita de fraude, pois os pacientes que não
apresentaram resultados favoráveis foram removidos do estudo. Então tem uma
estatística final apresentada pelo principal investigador do estudo, Didier
Raoult, ele apresenta um medicamento com 100% de cura (tirando os que
morreram). “Todo mundo concorda que são baixas a confiabilidade e a
reprodutibilidade da maioria dos artigos que saem do seu laboratório”, conta um
microbiologista francês. “Em 2018, depois de avaliações negativas, os
principais laboratórios de Raoult foram desvinculados de duas das mais
importantes instituições públicas de pesquisa da França. Considerou-se que ele
produzira um número extraordinário de publicações, mas poucas de grande
qualidade”, conta a infectologista francesa Karine Lacombe. “Remédios para o
Alzheimer, para a obesidade, para problemas cardiovasculares, para a
osteoporose – muitas e muitas vezes, resultados que pareciam positivos
evaporaram quando examinados mais de perto. Depois que você passa por isso umas
poucas vezes, aprende a sério que a única maneira de ter certeza das coisas é
fazer ensaios controlados suficientemente robustos. Nada de atalhos, nada de
intuição: só dados.”, diz Derek Lowe, pesquisador farmacêutico.
Fonte: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/o-arauto-da-cloroquina/
A corrida da vacina
A vacinação é o caminho mais
eficaz de combater uma pandemia. Não sabemos se essa vacina vai impedir a
infecção ou a doença, mas a vacina da influenza é assim: previne a doença mas
não a infecção. Sabemos que não será possível em 2021 vacinar todo mundo, mas o
Brasil já está atrasado pro calendário de vacinação.
Preconceito da vacina chinesa. A
China é o maior produtor de insumos de biotecnologia do mundo. Até a matéria
prima de outros remédios vem da China.
Nenhum vacina protege 100%, mas
esta tem eficácia de 95%. Mas é preciso que a população aceite se vacinar. É
preciso que a sociedade amadureça e saia desta ingenuidade. Somente com uma boa
porcentagem da população vacina podemos conter a pandemia.
É um desserviço dizer que uma
vacina de RNA mensageiro vai mudar o código genético, ele nem chega ao núcleo
da célula. Há um rigor na segurança da vacina. Os efeitos adversos de uma
vacina geralmente ocorrem em até 6 semanas tomada a vacina. E não houve efeitos
adversos.
Fonte: Denise Garret, infectologista e vice-presidente do Sabin Vaccine
Institute (EUA); Dimas Covas, doutor em medicina e presidente do Instituto
Butantan; Margareth Dalcolmo, pneumologista, pesquisadora da Fiocruz.
Como desmontar os argumentos anti-vírus
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