1) SE É PARA PROIBIR O USO DE DROGAS, QUE TAL COMEÇAR PELA PIOR? VOCÊ SABE QUAL É?
As drogas psicoativas alteram sua
cognição e humor. Podem gerar ansiedade, depressão. E poder agir como
estimulantes ou relaxamentes. Café, por exemplo, é uma droga psicoativa e
estimulate.
As drogas provocam no núcleo
accumbens do seu cérebro o prazer ou alteração de sensações. Mas seu cérebro
não quer droga psicoativa e começa a contrabalancear o efeito da droga. Então
pra sentir a estimulação do café que eu quero, eu preciso tomar cada vez mais.
O pesquisador britânico David Nutt
resolveu desenvolver uma escala para avaliar exatamente o quanto as drogas são
viciantes em termos de: o grau de prazer que ela dava ao usuário e as
dependências psicológica e física causadas na pessoa.
A heroína é a segunda droga mais
perigosa para os usuários e para a sociedade. A terceira é o crack, a quarta é
a metaanfetamina, a quinta é a cocaína e a sexta é a nicotina.
A primeira é o álcool. O álcool é a
pior droga pois atinge e degenera uma parte de seu cérebro que é responsável
pelo autocontrole: o córtex pré-frontal. Pessoas assim ficam mais agressivas e
impulsivas.
O álcool agrava os casos de
depressão, seu uso a longo prazo causa doenças no fígado, cânceres e danos
cerebrais. Causa dependência física e psicológica e, além de ser acessível, tem
seu consumo estimulado pela publicidade. Mas os danos do consumo de álcool não
afetam só o indivíduo. São inúmeros os casos de mortes por brigas acidentes de
trânsito com mortes causados por pessoas embriagadas.
Em um experimento publicado no Jornal
de Farmacologia, animais receberam doses de álcool e seus níveis de dopamina cresceram
de 40% para 360%. Detalhe: quanto mais eles bebiam, mais os níveis aumentavam.
E você? Quantas famílias você conhece
que foram destruídas por causa do álcool?
2) QUEM SE VICIA EM DROGAS É "FRACO"?
Por que as pessoas se viciam? Por que
alguns consomem um pouco e não querem mais? Metade disso é explicado pela
genética. Se ela tem carga genética de viciado, a chance de se viciar é alta.
A herdabilidade do vício em álcool é
entre 50 a 70%. A dependência química é em torno de 60% hereditária. O vício em
drogas ilegais (heroína, tranquilizantes e estimulantes) são de 25 a 55% de
herdabilidade.
Mas o fato de alguém ter determinada
predisponibilidade genética não significa que se tornará viciado, apenas maior
risco. Então, se você consumiu várias vezes substâncias psicoativas e não se viciou,
você deu sorte.
Não existe consumo social para um
viciado. Um cientista colocou um rato numa jaula e toda vez que apertava a
alavanca ele recebia cocaína. Então um dia, além da cocaína, recebia também um
choque quase mortal ao apertar a alavanca. O rato continuou levando choque até
morrer. Teve outro experimento em que o rato apertava a alavanca para comer, e
recebia também o choque mortal, até que morreu de fome.
Por que surge essa irracionalidade
até no rato? Isso é a fissura, desencadeada pela vontade louca pelo consumo da
droga. Se quero ajudar alguém a largar o vício, tem que aumentar o autocontrole
para evitar o disparo da reação luta e fuga, pois depois que dispara já era.
Um cientista colocou vários ratos
viciados em cocaína em uma ratolândia: rodinhas, comida, sexos opostos para
cruzarem, água normal e água com droga. 95% dos ratos pararam de consumir a
droga imediatamente, mas 5% dos ratos continuaram a usar a droga de forma
recreativa.
3) OS TRIPÉ QUE SUSTENTA UM VÍCIO
Usar drogas e ser viciado nela são coisas diferentes. Os
elementos principais por trás do vício são: Abuso, dependência e fissura.
Abuso: traz consequências negativas pro viciado ou pras
pessoas ao seu redor (pode ser dano à própria saúde), ter problemas sociais e
familiares.
Dependência: psicologicamente e fisicamente, desenvolve
tolerância aos efeitos de uma droga, precisando de cada vez maiores quantidades
para alcançar os mesmos efeitos. Se parar abruptamente, vai experimentar
sintomas da abstinência, que são físicos e psicológicos, como tremores. O corpo
e cérebro mudaram para compensar a presença da droga, para neutralizar os
efeitos. O cérebro precisa mudar de volta e isso pode levar tempo.
Fissura: vontade grande de usar a droga, a ponto de o
viciado não pensar em mais nada, muitas vezes desencadeada por gatilhos
ambientais (ex: propaganda de bebida).
4) O PREÇO QUE SE PAGA AO CONSUMIR DROGAS
Três mudanças que o abuso de substâncias psicoativas levam
ao cérebro: diminuição do prazer, aumento da fissura e diminuição do
autocontrole.
Nosso corpo usa um mecanismo chamado "homeostase"
para manter o equilíbrio das funções orgânicas (como a temperatura corporal).
Nesse processo, ele busca diminuir a euforia provocada pela droga, diminuindo a
atividade do núcleo accumbens (área no cérebro responsável pelo prazer). Então
o viciado vai buscar maiores quantidades de droga para provocar o efeito
desejado. Esta tolerância que o corpo vai apresentando também afeta o prazer
advindo de outros estímulos, como ler um livro, fazer esporte, conversar com
amigo etc. Até que a droga é a única coisa que lhe faz se sentir bem.
Se o prazer diminui, a fissura ou o desejo incontrolável
aumenta devido aos neurônios da Área Tegmental Ventral (ATV) que libera a
dopamina quando o cérebro percebe que está prestes a receber uma recompensa. É
a dopamina que faz com que a pessoa compre o chocolate, o cigarro, a bebida,
mesmo querendo parar com o vício. O uso continuado de drogas psicoativas faz o
sistema de dopamina se tornar sensibilizado, ficando cada vez mais fácil de
ativá-lo e portanto os desejos se tornam cada vez mais fortes e até
irresistíveis.
Por fim, o autocontrole diminui pois o uso contínuo de
substâncias psicoativas pode reduzir a atividade e até o volume do córtex
pré-frontal, que desempenha um papel importante na inibição do comportamento
instintivo.
5) DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA DAS DROGAS
Normalmente, consumir cafeína de forma regular não causa
nenhum dano significativo. Diminui o risco de adquirir diabetes tipo 2 e doença
de Parkinson. Traz maior atenção e concentração. Mas ela é um psicoativo leve,
que pode levar à dependência física e sintomas de abstinência, como cansaço,
irritação e dor de cabeça. Ela se encaixa no receptor de adenosina, mas não a
ativa, impedindo que a adenosina ative os receptores. A adenosina é uma
substância química inibidora, que tende a diminuir a atividade cerebral. Após a
vigília prolongada, os níveis de adenosina aumentam e nos faz ter sono. Quando dormimos,
os níveis caem.
7) VÍCIO EM CIGARRO
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