"A amizade é o melhor remédio”, diz o médico norte-americano – e palhaço – Patch Adams, famoso por sua conduta excessivamente feliz e apaixonada pelos pacientes. "É a coisa mais importante na vida. É nossas relações com quem amamos. Humor é contexto".
Contudo, rir é considerado remédio uma vez que substâncias químicas liberadas com uma boa gargalhada agem como um analgésico natural, reduzindo a dor. Isso se dá por conta do esvaziamento dos pulmões, liberando endorfina, o hormônio responsável pelo prazer e bem-estar. Por isso, pessoas que riem enfrentam melhor seus traumas e dificuldades. A pessoa que vive mal-humorada, impaciente, irritada, rígida ou autoritária não sente prazer, trazendo consequências muito negativas para a vida dela, podendo até entrar em quadros depressivos. Não só isso, tal tensão propicia uma descarga muito maior de adrenalina e conseqüentemente uma pré-disposição maior para acidentes vasculares como os infartos, as anginas, derrames e tumores cancerígenos.
Mas é possível aprender a sorrir. Existem terapias que ensinam a rir. É uma questão de treino. É possível introduzir esse hábito de rir, procurando formas de sentir prazer, encontrando aquilo que for realmente trazer a felicidade para si.
Segundo o médico Eduardo Lambert, autor do livro Terapia do Riso, “O riso é um grande estimulador, suficiente para mandar uma ordem para o seu cérebro, a nível do hipotálamo, e sintetizar as endorfinas, mais precisamente as beta-endorfinas, que são substâncias analgésicas similares às morfinas, mas com potência analgésica cem vezes maior. Estas substâncias são produzidas nas situações de riso, gargalhadas, alegria ou em toda a situação que te dá um certo bom humor”. Pesquisas mostram que Hospitais nos Estados Unidos, que empregam a terapia do riso, observam que a melhora é mais rápida e o tempo de internação é menor.
Outras terapias que ativam as endorfinas, como a terapia homeopata, a terapia floral e a medicina ortomolecular, resultam em melhoras muito mais rápidas. Entretanto, a medicina ortomolecular e a terapia floral não são reconhecidas como especialidades pelo CFM - Conselho Federal de Medicina – por serem destituídas de comprovação científicas suficientes.
O riso não somente traz consequências benéficas ao nosso organismo. Ele também possui uma função social. A função da comunicação. É uma mensagem que nós enviamos às outras pessoas comunicando disposição para brincar, ligar-se a elas, ficarmos felizes e fazê-las felizes, mostrarmos que somos pacíficos.
Somos criaturas que necessitamos criar estruturas sociais e viver bem, então nós precisamos ter relações pacíficas com as pessoas ao nosso redor. O riso promove efeitos positivos em nossos contatos sociais. Preconceitos e hierarquias são deixados de lado num ambiente alegre. É através do bom humor que violências são evitadas, estresses são apaziguados e conflitos são mediados. Em um ambiente descontraído as pessoas se sentem mais confiantes em opinar, em expor suas ideias e inquietações. É o conceito da inteligência emocional, que descreve a capacidade de reconhecer os próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles. Ela é a maior responsável pelo sucesso ou fracasso das pessoas.
Remete à boa qualidade do relacionamento entre os indivíduos: paciência, bondade, humildade, respeito, generosidade, perdão, honestidade, confiança. Em suma, é o comportamento de amar.
Todos sabem o quanto o amor é importante e, mesmo assim, o quanto demonstramos? O amor não é ensinado nas escolas. Todos apenas dizem "amai uns aos outros". Mas qual a estratégia em se fazer isso?
Os gregos usavam o substantivo ágape e o verbo correspondente agapaó para descrever um amor incondicional, baseado no comportamento com os outros, sem exigir nada em troca. É o amor da escolha deliberada. Quando Jesus fala de amor no Novo Testamento, usa a palavra ágape, um amor traduzido pelo comportamento e pela escolha, não o sentimento do amor.
Na velha versão do Novo Testamento, ágape foi traduzido como caridade. Caridade e serviço talvez definam melhor ágape do que a definição de amor que se encontra nos dicionários.
A Epístola aos Coríntios: capítulo treze, diz que o amor é paciente, bom, não se gaba nem é arrogante, não se comporta inconvenientemente, não quer tudo só para si, não condena por causa de um erro cometido, não se regozija com a maldade, mas com a verdade, suporta todas as coisas, agüenta tudo. O amor nunca falha.
Portanto, amor é paciência, bondade, humildade, respeito, generosidade, perdão, honestidade, confiança.
Observemos estes pontos um a um:
Paciência - mostrar autocontrole em face da adversidade.
Bondade - dar atenção, apreciação, incentivo.
Humildade - ser autêntico, sem pretensão, orgulho ou arrogância. É pensar menos a respeito de si mesmo.
Respeito - tratar as pessoas como se fossem importantes, porque elas são importantes.
Abnegação - satisfazer as necessidades dos outros, mas não as vontades. Dando à elas o que legitimamente exigem para seu bem-estar. É o oposto ao egoísmo.
Perdão— desistir de ressentimento quando enganado.
Honestidade - ser livre de engano e dedicado à verdade a todo custo.
Compromisso - ater-se às suas escolhas. Estar comprometido, não apenas envolvido.
Como pode-se notar, rir está ligado ao bom-humor, que está ligado tanto à boa saúde orgânica como social, numa cadeia de ação e reação contínua. E todo esse processo pode ser praticado pelo exercício da vontade. Como disse William James: “a ação parece seguir o sentimento, mas na realidade ação e sentimento caminham juntos, e, regulando a ação, que se encontra sob o controle mais direto da vontade, podemos utilizá-la para modular indiretamente o sentimento, que não se encontra”.
Pra finalizar, uma frase do Dr. Patch Adams: "Rir é um modo para uma comunidade humana saudável integrar-se para não haver violência, para um cuidar do outro. Onde quer que esteja, pode escolher ser um cidadão que traz alegria à sociedade".
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