Manifesta-se na forma de crises súbitas, podendo incluir os seguintes sintomas:
O cérebro produz substâncias chamadas neurotransmissores, que são responsáveis pela comunicação que ocorre entre os neurônios. Estas comunicações formam mensagens que irão determinar a execução de todas as atividades físicas e mentais de nosso organismo. Um desequilíbrio na produção destes neurotransmissores pode levar algumas partes do cérebro a transmitir informações e comandos incorretos. Isto é o que ocorre em uma crise de pânico: existe uma informação incorreta alertando o organismo para uma ameaça que não existe. Nos transtornos do pânico os neurotransmissores que se encontram em desequilíbrio são a serotonina e a noradrenalina.
O transtorno do pânico é considerado um problema sério de saúde, que acomete 1,5% a 3% da população mundial. Estudos revelam que mulheres apresentam duas a quatro vezes mais chances de ocorrências que os homens. Há também uma propensão genética ao transtorno, havendo maior incidência do transtorno entre pessoas cujas famílias possuem descrições de casos semelhantes.
As pessoas portadoras deste mal costumam ir a muitos médico em busca de saber o que se passa com ela e após uma quantidade exagerada de exames complementares recebem, muitas vezes, o diagnóstico do "NADA", o que aumenta sua insegurança e seu desespero.
Por vezes, esta situação dramática é reduzida a termos evasivos como: estafa, nervosismo, estresse, fraqueza emocional ou "problema de cabeça". Isto pode criar uma incorreta impressão de que não há um problema de fato para tal patologia.
A maioria dos portadores do transtorno são pessoas entre 15 e 30 anos de idade, o que não exclui a ocorrência em qualquer faixa etária.
O perfil da personalidade das pessoas que sofrem do transtorno do pânico costuma apresentar aspectos em comum: geralmente são pessoas extremamente produtivas em nível profissional, costumam assumir uma carga excessiva de responsabilidade e afazeres, são bastante exigentes consigo mesmos, não convivem bem com erros ou imprevistos, têm tendência a se preocuparem excessivamente com problemas cotidianos etc. Esta forma de ser acaba por predispor estas pessoas a situações de estresse acentuado, fato este que pode levar ao aumento intenso da atividade de determinadas regiões do cérebro, desencadeando assim um desequilíbrio bioquímico e, consequentemente, o aparecimento do transtorno do pânico.
Vale ressaltar, ainda, que alguns medicamentos como anfetaminas (usados em dietas de emagrecimento) ou drogas (cocaína, maconha, crack, ecstasy etc.) podem aumentar a atividade e o medo, promovendo alterações químicas que podem levar ao transtorno do pânico.
Existe tratamentos para o transtorno do pânico. O mais importante é que se introduza um tratamento que vise restabelecer o equilíbrio bioquímico cerebral numa primeira etapa. Isto pode ser feito através de medicamentos que não produzam riscos de dependência física dos pacientes.
Numa segunda etapa temos que preparar o paciente para que ele possa enfrentar seus limites e as adversidades de maneira menos estressante. Uma abordagem psicoterápica específica deverá ser
realizada com esse objetivo.
O sucesso do tratamento está ligado ao engajamento do paciente com o mesmo. A pessoa que sofre de transtorno do pânico deve entender todas as peculiaridades que envolvem este mal e queira fazer uma boa "aliança terapêutica" com seu médico, no sentido de juntos superarem todas as adversidades que poderão surgir na busca do equilíbrio pessoal.
Um ataque de pânico é um período de imenso medo, que atinge o ápice em dez minutos, e costuma se estender por um total de 40-50 minutos. Ele se constitui em uma das situações mais angustiantes que uma pessoa pode vivenciar.
Durante a crise o paciente não corre o risco de sofrer de um ataque cardíaco ou morrer, embora o paciente acredite que morrerá durante a crise. Os prejuízos causados pelo transtorno do pânico trazem problemas nos seus relacionamentos, principalmente os de caráter afetivo e profissional. Cônjuges, amigos e parentes não reconhecem mais a pessoa que antes se mostrava jovial, produtiva, destemida, ao se depararem com alguém dominado pelo medo.
A falta de diagnóstico precoce e tratamento adequado podem fazer com que o medo e a ansiedade causados pelas crises cresça tanto que seus portadores se tornem incapacitados para dirigir, frequentar determinados locais do cotidiano ou mesmo sair de casa. Esta situação de ostracismo forçado pode levar o paciente ao desespero e a pensar em suicídio como opção de acabar com todo esse sofrimento.
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